Texto escrito por Samira V.

Tragédias: 1500 pessoas morreram no naufrágio do Titanic, comoção; num acidente de avião normalmente morrem 270 pessoas, comoção; mais de 900 pessoas morrem devido as chuvas no Rio de Janeiro, comoção; mais de 400 mortos na Ditadura Militar do Brasil; mais de 240 mortes na boate Kiss, um dos muitos marcos tristes na nossa história. Filmes foram feitos, os rostos das vítimas espalhados por todos os jornais e revistas, meses e meses de homenagens, especulações…

A partir de qual ponto a nossa sociedade passou a ignorar a morte de outro ser humano? A morte não importa mais? Hoje vivemos uma tragédia constante, e não se vê tanta preocupação pelas ruas. Você pode me dizer que ninguém está ignorando nada, ou que é coisa da televisão sensacionalista mexendo com a minha cabeça, mas, o que se observa são pessoas realizando festas, encontros, indo às praias, fazendo compras em shoppings por puro lazer, diversão.

Não é que eu me importe com a maneira que você gasta seu dinheiro mas, qual sentido de ir até um shopping comprar roupas novas se não tem motivo pra festejar? Para que correr o risco de infectar um amigo numa festa “clandestina”? Os hospitais estão cheios, as UTIs trabalhando no seu limite, profissionais da saúde se arriscando todos os dias, morrendo no trabalho inclusive. São mais de 70 mil vidas que se foram por conta desse vírus horrível e devastador.

Poderia ser um amigo. Poderia ser um irmão. Poderia ser o seu pai ou a sua mãe. Mas não são não é mesmo? O “covid-19” ainda não chegou até você, na sua bolha existencial. Eu acho extremamente perigoso o ser humano se portar completamente sem empatia. E isso me incomoda. Incomoda o suficiente para fazer um desabafo. Me tira o sono!

Qual a dificuldade de usar uma máscara no rosto? Por que as pessoas insistem no negacionismo quando podemos nos unir na informação, na ciência. Digo e repito, são mais de 70 mil mortes. É preciso acima de qualquer coisa colocar a mão na consciência, pensar no outro, dar apoio mesmo que seja a distância, se proteger e ajudar a proteger os outros.

Não podemos fazer muito mas podemos fazer o mínimo, ter empatia. Use máscara e álcool em gel. Fique em casa. Até que finalmente poderemos sair, e abraçar o mundo de novo!

Foto da revista EXAME (Bruno Kelly/Reuters)






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