Está cada vez mais difícil de acreditar no SER HUMANO!
Bia Doria, mulher do governador de São Paulo João Doria (PSDB), declarou em entrevista à socialite Val Marchiori que não se deve doar marmitas para moradores de rua porque “as pessoas gostam de ficar na rua” e elas “têm que se conscientizar e sair dessa situação”.
“As pessoas que estão na rua, não é correto você chegar lá na rua e dar marmita e dar porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua. Porque a rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua”, afirma Bia Doria.
Uma pesquisa da Prefeitura de janeiro deste ano revelou que a população de rua cresceu 53% nos últimos quatro anos, chegando a 24 mil pessoas. Bia cita esse número, que diz ser “muito grande”.
No vídeo, Val e Bia falam que moradores de rua resistem a procurar abrigos porque “não querem ter responsabilidades.”
“Você estava me explicando e eu fiquei passada. Eles não querem sair da rua porque em um abrigo eles têm horário para entrar, eles têm responsabilidades, limpeza, e eles não querem né“, diz Val. Os comentários são assustadores, não só dela, mas da entrevistadora tambem!
“A pessoa quer, ela quer receber, ela quer a comida, ela quer roupa, ela quer uma ajuda e não quer ter responsabilidade. Então isso tá muito errado, porque se a gente quer viver num país…” Bia explicita
“É, todo mundo tem suas responsabilidades, todo mundo”, interrompe Val.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação do governo estadual esclarece que a fala de Bia “foi tirada do contexto” e diz que a intenção dela “é que as pessoas em situação de rua tenham acesso aos abrigos públicos, onde terão alimentação de qualidade dentro das normas de higiene da Vigilância Sanitária, e uma condição de vida mais digna. Ou mesmo nos Restaurantes Bom Prato, que recentemente decretaram gratuidade aos moradores de rua.”
Vale ressaltar que inúmeras instituições divulgaram notas de repúdio contra a fala de Bia Doria.
Ariel de Castro Alves, advogado e conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), disse em nota que a decisão de entregar ou não comida, roupas e dinheiro para as pessoas que estão nas ruas pedindo é individual e pessoal e que não cabe ao estado interferir.
Levi Araujo, pastor batista da Comunidade Caverna, disse que o vídeo é “repugnante” e “revela a feiura de alma e a ignorância vergonhosa da maioria abastada classe social brasileira.”
“Ultimamente, todo dia é dia de ficar indignado, hoje essas madames, representantes da maioria de sua classe, ofenderam os meus irmãos e irmãs de rua, desrespeitaram os profissionais e amigos que entregam a vida diariamente para servir essas pessoas e, principalmente, a Jesus de Nazaré, a quem sigo e sirvo. Quando estou respeitando a dignidade dessas pessoas, buscando políticas públicas abalizadas pela ciência, enfim, quando eu as sirvo com amor eu estou servindo ao próprio Jesus Cristo.”
Noticia do G1