Uma cidade mineira de Bertópolis, no Vale do Mucuri, é a primeira do país a incluir o ensino de língua indígena no currículo escolar. A língua é a da tribo Maxakali, que vivem no Córrego do Padrinho no Distrito de Umburaninha.

Os índios sofriam bastante preconceito, e por todas as coisas ruins faladas sobre a tribo Maxakali, as crianças sentiam ‘medo’ deles.

Para afastar esse medo e integrar as crianças à cultura da tribo, o secretário de Cultura, Gustavo Carrieiros, sugeriu incluir o ensino da língua dos Maxakali no currículo escolar. A proposta foi abraçada pelo prefeito, Anjinho Depolo, e pelo secretário de Educação, Luiz Salomão.

“Desde o início da atual gestão, estudamos uma forma de inserção social desse provo tradicional. Começou com o trabalho de Educação Patrimonial nas escolas do município. Mas o que era ensinado por parte dos professores não-índios, era muito superficial em se tratando da dimensão da riqueza cultural desse povo”, disse Carrieiros à redação do Razões para Acreditar.

O professor Damazinho Maxakali será o responsável pelas aulas nas escolas municipais Professor Waldemar Mendes de Castro e Pedro Álvares Cabral, na comunidade quilombola Bentos.

floresepoesias.com - Escola de MG é a primeira a incluir língua indígena no currículo escolar

“Um dos benefícios é o aprendizado da língua para a comunicação entre os povos. Mas o benefício mais importante é a aproximação das crianças com os índios e o respeito recíproco que deve imperar”, comemora o secretário de Cultura.

“Hoje, depois do trabalho de inclusão ofertado pelos diversos órgãos da administração municipal, quebrando os tabus de preconceito, a relação está bem mais afetuosa. Não podemos dizer que não há preconceito. Mas o ponto positivo é que o preconceito que ainda existe é mínimo.”

Além do ensino da língua dos Maxakali nas escolas, a Secretaria de Cultura, juntamente com a Assistência Social, desenvolve outros projetos com os indígenas. Um deles é o projeto ‘Intercâmbio Cultural’: as escolas de cidades vizinhas entram em contato com a Secretaria de Cultura e solicitam uma visita à tribo, que dá uma verdadeira aula sobre sua cultura e história.

Fonte: Razões para Acreditar






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