Uma criança de 3 anos chamou atenção no Shopping Iguatemi, em São Paulo. Benjamin empurrava um carrinho rosa, com uma boneca negra e provocou reações por lá e nas redes sociais.

Algumas pessoas sorriam, outros estranhavam, mas a família conta que Benjamin imitava o pai, um médico ortopedista infantil David Gonçalves, de 30 anos, que empurrava o carrinho da irmãzinha, Melissa, de 3 meses.

De acordo com a mãe, Mirian “Nós vimos alguns olhares reprovadores, sim. Eu percebi algumas caras bem feias. Mas graças a Deus meu filho não percebeu isso. A maioria dos olhares foi de pessoas que estavam achando fofo, bonito, que percebiam que ele estava imitando o pai. Ele estufou o peito” conta orgulhosa.

A família de Mirian tenta desconstruir ensinamentos de que menino brinca apenas com carrinho e menina com boneca.
“Se brinquedo é para um sexo específico, ele não é para criança, né? Brinquedo é brinquedo! Não tem essa de é para menino ou para menina”, analisa.

Visualizar esta foto no Instagram.

Nos últimos dias o Benjamin quer ir pra todos os lados empurrando o carrinho de bebê dele. O motivo é unicamente por que ele quer imitar o papai e isso pra mim é lindo! Significa que estamos fazendo um ótimo trabalho. Em todos os lugares temos chamado muita atenção. Graças a Deus o Benjamin só percebe os olhares amorosos que recebe e sempre estufa o peito, todo orgulhoso, quando escuta um “ohhhn que lindo”! Ele devolve um: estou passeando com meu carrinho rosa e minha boneca! Afinal, o carrinho da Melissa é verde e o dele é rosa porque quando compramos não tinha outra opção de cor para que ele pudesse escolher. Pra ele o rosa é só uma cor. E ela deveria ser outra coisa? Esses dias uma mulher nos abordou na frente de um restaurante e perguntou se O boneco era menino ou menina. Eu disse que não sabia. Então ela disse: “é um boneco, afinal não está de brinco”. Não quis retrucar, mas ela olhou para a Melissa, viu que estava também sem brinco e me devolveu o olhar como quem entendeu na hora que não fazia sentido o que ela tinha acabado de dizer. Eu sorri e disse, com um tom um pouco jocoso, acho que ela está esperando crescer para definir se vai ser boneco ou boneca. Na mesma hora o Benjamin respondeu alto: é uma boneca! Rimos todos e eu afirmei: ok Benjie, é uma boneca! Sempre que perguntamos o nome da boneca dele, ele diz que é Melissinha. Mais uma vez, ele só está representando a própria realidade! Agora vamos a uma pequena reflexão: pra ser menina precisa de brinco? Eu achava que o que definia o sexo era outra coisa. Eu mesma sou menina e só furei minha orelha aos 21 anos e porque eu quis. Não pode ser assim com a Melissa? Ou até mesmo com o Benjamin? Sem nenhuma demagogia, sem entrarmos no mérito da ideologia de gênero, que é uma coisa que eu não acredito que existe, por que temos que marcar nossas meninas? Lembrando que eu respeito totalmente quem escolhe colocar brincos na filha. A questão é somente porque isso seria obrigatório? #maededois #maedemenino #criandomeninos #brincoembebe #babygirl #brincadeiras #brincadeiradecrianca

Uma publicação compartilhada por Grudinho De Mãe (@grudinhodemae) em

“O meu filho enxerga a boneca como sendo a Melissa, que é a irmã e ele nunca fez essa associação a Melissa é branca e a boneca é negra. É a pureza das crianças, né? Pra mostrar como a criança é pura, livre de preconceito. O preconceito está no adulto. Eu acredito que se dá pra criar para ser preconceituoso, dá pra educar para não ser”.

“As pessoas precisam de informação. O problema do preconceito é a ignorância no sentido literal da palavra”, afirma.

Ela e o marido criam os filhos para serem felizes, do jeito que eles quiserem ser.

“A nossa ideia é de que a criança seja livre, feliz, que não tenha essa opressão. Porque a criança não tá pensando nisso. Ela tá brincando, reproduzindo a idade dela. A cima de tudo a gente quer que ele seja feliz, seja livre”, concluiu Mirian.

Fonte: Só Noticia Boa






Textos que perfumam a alma e a vida.