QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
-Carlos Drummond de Andrade
Coisas como essa “quadrilha” sempre aconteceram, mas hoje em dia o diálogo sobre as formas de amor está mais comum.
Talvez se tivessem se resolvido entre si, ninguém teria um final infeliz, não acha???
Os relacionamentos não-monogâmicos estão crescendo. As constantes mudanças acerca da maneira como nos relacionamos e a quebra de padrões do que é um relacionamento vêm alterando de forma profunda os conceitos do que é “certo” e “errado” no jogo dos afetos.
A ciência, então, abriu os olhos para identificar como nós lidamos com diversos tipos de arranjos afetivos.
Hoje a gente vai falar do estudo ‘Sexual need fulfillment and satisfaction in consensually nonmonogamous relationships’, em tradução livre ‘Satisfação sexual em relações não monogâmicas consensuais’. A pesquisa busca entender como as pessoas envolvidas em relacionamentos se sentem sexualmente – frustradas ou felizes -, de acordo com o tipo de arranjo que se tem com seu parceiro.
A pesquisa conversou com 1700 pessoas que responderam um questionário anônimo, falando sobre sobre a sua vida sexual.

Os estudos mostraram que pessoas com relacionamentos consensuais não monogâmico, ou seja, que transavam com seu parceiro e com outras pessoas de maneira declarada, duravam mais juntas do que qualquer outro grupo analisado.
Foram analisadas também pessoas em relacionamentos parcialmente abertos – em que os participantes não tem consensos estabelecidos e diferem em vontade de ficar com outras pessoas -, em relações monogâmicas “puras” e pessoas que tinham relações extraconjugais.
Segundo os dados, pessoas monogâmicas e pessoas com relacionamentos consensualmente não-monogâmicos eram as mais satisfeitas sexualmente e afetivamente. Em contraponto, pessoas que mantinham relações extraconjugais não consensuais – gente que bota chifre – eram as menos satisfeitas com a sua vida sexual.
Moral da história? Ou vai, ou racha. Mesmo que seja muito difícil ter essa conversa, é importante que ambas as partes tenham tudo bem acordado. Esse é o segredo que a pesquisa revela: definir consensualmente os limites para um namoro é um passo importante para manter a confiança em seu parceiro e reduzir ciúmes, inseguranças e traições.
Lembrando que a pesquisa foi comandada pela Universidade de Rochester, de Nova York. O que vocês acham? Lembrando que não cabe a nós julgar ninguém, apenas aceitar a felicidade alheia e respeitar o que cada um quer para si HYPENESS