Aos 28 anos tinha perdido nove finais e teve de lidar com o rótulo de ser um desportista mentalmente fraco. Foi precisamente no final desse ano que tatuou no braço esquerdo uma frase do escritor irlandês Samuel Beckett:
“Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor”
Um tributo à modéstia, humildade e perseverança. “Era uma frase que me acompanhava há muito e que exemplifica a forma como eu vejo a vida.
Temos de aceitar as derrotas de forma positiva, porque é algo que vai sempre acontecer”, referiu numa entrevista ao jornal inglês The Guardian.
Coincidência ou não, a carreira de Wawrinka mudou a partir de então. Em janeiro de 2014 venceu em Chennai (Índia) e logo depois o Open da Austrália, com um triunfo sobre Rafael Nadal.
Seguiu-se em 2015 mais um Grand Slam, desta vez Roland-Garros, batendo Djokovic na final.
A partida de Nova Iorque veio comprovar a fama de Wawrinka ser um predestinado em finais… desde que fez a famosa tatuagem no braço esquerdo – o US Open foi a 11.ª final consecutiva que o suíço venceu entre 2014 e 2016.
Mas nem a vitória (mais uma) sobre o número um mundial o fez desviar da sua linha de conduta, sempre com um discurso modesto e humilde. “Sim, é certo que entrei para o Big Five. Mas não me posso comparar a eles.
Tenho agora três Grand Slams, mas vejam, por exemplo, quantos triunfos tem o Andy Murray em Masters 1000 e quantos torneios eles ganharam nos últimos dez anos.
E o Novak? Três Grand Slams num ano e mais cinco Masters 1000, além de finais e presenças em meias-finais. Estou muito longe deles”, confessou, mesmo depois de ter ouvido grandes elogios da parte de Djokovic:
“Ele transforma-se nos grandes jogos e merece ser destacado ao lado dos grandes tenistas da atualidade. É um tenista completo e se estiver confiante é muito complicado vencê-lo.”
É importante fazer uma reflexão sobre o que seria vencer, claro que, no caso dele, vencer significa ganhar dinheiro, patrocínios, mas para ele, suas vitórias são conquistas pessoais, e mentém sempre a humildade.
Fonte: Diário de Notícias