Depois de um longo período sumido da mídia (e de todos), Tiago Iorc reaparece lançando 13 músicas e videoclipes inéditos no Youtube e outras plataformas digitais.
Reconstrução é o nome do novo álbum, e reúne músicas românticas, e inspiradas em situações do cotidiano, todas compostas por ele mesmo.
Observe a letra de DESCONSTRUÇÃO. Uma verdadeira crítica ao modelo de pessoa que se mostra nas redes sociais, o que fingimos ser, ou ter, somente para agradar. Agradar o outro e conseguir curtidas… Veja o vídeo:
DESCONSTRUÇÃO (Tiago Iorc)
“Quando se viu pela primeira vez
Na tela escura de seu celular
Saiu de cena pra poder entrar
E aliviar a sua timidez
Vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o vil da rotina
Como fosse dádiva divina
Queria só um pouco de atenção
Mas encontrou a própria solidão
Ela era só uma menina
Abrir os olhos não lhe satisfez
Entrou no escuro de seu celular
Correu pro espelho pra se maquiar
Pintou de dor a sua palidez
E confiou sua primeira vez
No rastro de um pai que não via
Nem a própria mãe compreendia
No passatempo de prazeres vãos
Viu toda a graça escapar das mãos
E voltou pra casa tão vazia
Amanheceu tão logo se desfez
Se abriu nos olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar
Tirou de cena toda a timidez
Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais
Nas aparências todos tão iguais
Singularidades em ruína
Entrou no escuro de sua palidez
Estilhaçou seu corpo celular
Saiu de cena pra se aliviar
Vestiu o drama uma última vez
Se liquidou em sua liquidez
Viralizou no cio da ruína
Ela era só uma menina
Ninguém notou a sua depressão
Seguiu o bando a deslizar a mão
Para assegurar uma curtida”
Como comentou um rapaz no seu vídeo:
“Então no, final das contas, sou apenas um manequim me expondo, sem cor, sem características próprias, apenas uma cópia de outros manequins, outras pessoas, todos num ciclo de aparição e superficialidade, individualidade já se tornou uma raridade, felizes são os que deixam tal peça pintarem seus corpos, corpos pintados de cores singulares, não apenas molduras humanoides de plásticos, mas peles pintadas de cores fortes e quentes.
Eu sou diferente. Você é diferente. Não precisamos nos comparar. Sou um “qualia” e ninguém me entende além de eu mesmo, vim para mostrar do que eu sou capaz, como fui moldado, e o que toda minha história me ensinou. Vim ao mundo para ser eu e não quero ser mais ninguém.”