No dia 25 de janeiro no ano de 2019, uma Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em menos de 5 minutos tudo que estava abaixo da barragem foi engolido pela lama, ao longo de uma distância de quilômetros. Toda a vegetação ao redor e os rios foram atingidos. Fora o grande numero de pessoas mortas e desaparecidas.

Todo esse horror gerou em muitas pessoas sentimentos de pesar, tristeza, e aquele pensamento de impunidade. Francisco Melgareco escreveu sobre a tragédia.

“TSUNAMI DE BARRO”

Brasil, país tropical
Não tem terremoto
Não tem tsunami
De paraíso assim
Nao há quem reclame

Mas perdi minha casa
Perdi minha família
No meio da lama
Ou embaixo dela
Que eu pude ver
Da minha janela

Minas, ruínas gerais
Rejeitos, erros refeitos
Mas não se encontrou nenhum defeito
Pois Vale o lucro, Vale a grana
Vale ambição, Vale a gana

Caídos, feridos
Desaparecidos
Cidade morta, tristeza e revolta
Não sobrou jardim
Flores nem grama
O rio tinha água
Agora tem lama

Barro, barreira, barragem
Lama, lamúrias, lamentos
Na primeira vez
Foi inaceitável
Agora então
É imperdoável

Verde, amarelo, azul e marrom
Helicóptero passeia
Onde andava meu carro
Vergonha eu tenho
No país que eu moro
O tsunami é de barro

-Francisco Melgareco






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